O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, confirmou nesta sexta-feira (16) que a China interrompeu as importações de carne de frango brasileira por um período de 60 dias, com início imediato. A decisão foi tomada após a confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no Brasil, localizada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A determinação foi publicada nesta sexta-feira (16) no Diário Oficial da União.
Primeiro foco em granja comercial preocupa setor
O caso registrado em Montenegro é o primeiro de influenza aviária de alta patogenicidade em aves comerciais no Brasil. Até então, os registros da doença estavam limitados a aves silvestres, o que mantinha o país com o status de livre da enfermidade em produção comercial. A partir deste caso, o status sanitário do Brasil poderá ser reavaliado, especialmente por países que adotam medidas restritivas em casos positivos.
O vírus foi identificado em uma granja de postura (produção de ovos) e, segundo o Ministério da Agricultura, todas as aves do plantel foram sacrificadas como medida de contenção. Equipes técnicas estão atuando no local para monitorar propriedades vizinhas, reforçar barreiras sanitárias e impedir a disseminação do vírus.
Biosseguridade ganha destaque nas discussões sanitárias
A confirmação do foco reacende o debate sobre a importância da biosseguridade na avicultura. A implementação de protocolos rígidos é fundamental para prevenir a entrada e a propagação de agentes patogênicos dentro das granjas. Medidas como controle de acesso, uso de barreiras sanitárias, desinfecção de veículos e monitoramento constante dos animais são práticas essenciais para manter a sanidade dos plantéis.
O episódio também evidencia o impacto direto que questões sanitárias têm sobre o comércio internacional. Mesmo com a contenção do foco, a simples ocorrência em uma unidade comercial é suficiente para interromper negócios e gerar repercussões econômicas relevantes.
Brasil reforça medidas e busca manter confiança internacional
Em nota, o MAPA afirmou que o país está preparado para lidar com situações como esta e que todos os protocolos foram seguidos com agilidade e responsabilidade. O governo reforça que não há risco para o consumo da carne de frango ou ovos, desde que os produtos sigam os processos de inspeção e estejam devidamente certificados.
A transparência e a resposta rápida das autoridades brasileiras são vistas como fundamentais para a manutenção da confiança dos parceiros comerciais. A expectativa é de que, com a demonstração de controle e responsabilidade sanitária, as exportações possam ser retomadas ao fim do prazo previsto, sem prejuízos duradouros para a imagem do Brasil no mercado internacional.