Desde o surgimento do primeiro caso de Influenza Aviária, o mundo nunca testemunhou uma disseminação tão ampla da doença como a que estamos vivendo atualmente. A situação é especialmente preocupante na América Latina, onde a doença, antes inexistente, agora se estabeleceu de forma definitiva. Segundo Rafael Gonçalves Dias, gerente de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a Influenza Aviária “chegou ao continente e veio para ficar”, representando uma ameaça contínua para a avicultura brasileira.
O Brasil, líder global na exportação de carne de frango e um dos maiores produtores de ovos, tem adotado rigorosas medidas de biossegurança para proteger seu setor avícola. No entanto, o aumento da presença de aves migratórias, principais transmissoras do vírus, torna a situação complexa e de difícil controle. O especialista destaca que qualquer falha nas medidas de segurança em uma única propriedade pode colocar em risco toda a avicultura nacional, com potenciais impactos devastadores para a economia e a saúde pública.
Dias enfatiza que a vigilância contínua e a implementação de protocolos de biossegurança são cruciais para conter a disseminação do vírus. Ele alerta que a entrada do vírus na avicultura comercial resultaria no bloqueio imediato das exportações brasileiras, gerando prejuízos econômicos significativos e uma possível crise no mercado interno. Além disso, ele ressalta que os fundos de indenização disponíveis atualmente são insuficientes para cobrir as necessidades do setor em caso de um surto de grande escala.
O cenário exige atenção redobrada e ações preventivas rigorosas para assegurar a proteção da avicultura brasileira frente a essa ameaça global. “A única forma de proteger e blindar nossa avicultura é através da biosseguridade”, conclui Dias.