O governo brasileiro declarou encerrado o caso de Doença de Newcastle em uma granja de Anta Gorda (RS) e informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Entretanto, o trabalho para recuperar o status sanitário e os mercados internacionais para a avicultura brasileira continua.
Nesta sexta-feira (26/07), a equipe técnica do Ministério da Agricultura se reuniu com representantes de países das Américas para atualizar sobre as ações de controle da doença. O governo afirma ter agido rapidamente para evitar danos maiores.
“Temos trabalhado de forma transparente para dar segurança e retomar a normalidade sanitária no menor tempo possível”, afirmou Marcelo Mota, diretor do Departamento de Sanidade Animal do Ministério.
As restrições impostas pelo governo brasileiro afetam o comércio com mais de 40 países, incluindo grandes mercados como a China. O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destacou que a notificação de casos de Newcastle é obrigatória e o impacto nas exportações é significativo. “Alguns países, como China e México, são compradores relevantes. Nosso esforço é para responder rapidamente e retomar as exportações o mais rápido possível”, disse Goulart.
Outra preocupação é a capacidade de estocagem das indústrias frigoríficas. Goulart reconheceu a pressão nos estoques devido ao autoembargo, mas está confiante na capacidade do país de superar a situação. “A produção de aves é intensa e nosso sistema produtivo não tem capacidade de estocagem para longos períodos de interrupção”, afirmou. “Com a rápida identificação e erradicação do foco, acreditamos que conseguiremos contornar o impacto comercial sem causar uma crise significativa.”
Sem novos casos de Newcastle, o Ministério da Agricultura decidiu revisar as restrições de exportação. José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), explicou que a indústria tem conseguido estocar a produção recente e vê a medida do governo como um passo para retomar as operações comerciais sem grandes impactos.
“Aqueles que permanecem com embargos, como a China, têm um tipo de produto não muito consumido no Brasil, como pés de frango. Estamos controlando os estoques e a produção, e agora começa a haver fluxo no mercado externo e interno”, disse Santos. Ele acrescentou que o setor consegue reduzir rapidamente a produção quando necessário e que a atitude de autoembargo ajudou a concentrar os esforços nas ações de controle.
O governo e o setor privado estão comprometidos em recuperar rapidamente os mercados para a avicultura brasileira, garantindo a segurança sanitária e a continuidade das exportações.