Desde o final de março deste ano, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tem anunciado casos confirmados de contaminação por influenza aviária de alta patogenicidade em rebanhos de vacas leiteiras. Os casos surgiram em diversas propriedades em diferentes estados americanos, totalizando 12 até o momento: 7 no Texas, 2 no Kansas, 1 em Michigan, 1 no Novo México e 1 em Idaho.
As investigações revelam que amostras clínicas de leite não pasteurizado de gado doente foram coletadas, resultando em testes positivos para influenza aviária altamente patogênica. A suspeita inicial de “disenteria de inverno” foi descartada após exames, apontando para a possível introdução do vírus por aves selvagens.
Fabio Vannucci, professor associado na Universidade de Minnesota e membro do laboratório de diagnóstico veterinário, destaca que ainda há muitas questões sem resposta sobre esses casos. Ele ressalta que a carga viral no leite das vacas afetadas é surpreendentemente maior do que em amostras coletadas das narinas ou laringe dos animais.
Para Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, o vírus pode atingir o tecido mamário dos animais contaminados, o que pode explicar a presença do vírus no leite.
Diante desse cenário, ainda não há um protocolo estabelecido para lidar com a contaminação em gado leiteiro. Vannucci destaca a importância das medidas de biosseguridade para os trabalhadores das fazendas, visando evitar a propagação do vírus. O CDC confirmou um caso humano de gripe aviária no Texas, relacionado ao contato com gado leiteiro supostamente infectado.