A indústria mexicana de proteína animal suspendeu temporariamente as importações de produtos de suínos provenientes da Espanha, após a confirmação de casos da peste suína africana (PPA) no município de Cerdanyola del Vallès, Barcelona. Trata-se do primeiro caso confirmado em território espanhol desde 1994. A medida foi adotada como forma de prevenção para proteger a suinocultura mexicana e evitar a introdução da enfermidade no território nacional.
Por que o México suspendeu a importação de produtos de origem suína da Espanha?
A suspensão foi motivada pela notificação de focos da peste suína africana (PPA) em regiões espanholas. Embora ainda em investigação na Europa, a enfermidade representa risco sanitário para a produção de suínos e poderia gerar impactos econômicos significativos caso fosse introduzida no México.
Com a decisão, a SENASICA reforça o princípio de prevenção como estratégia central de biosseguridade, adotando um bloqueio imediato enquanto avalia a evolução da doença e as possíveis rotas de transmissão.
Como essa situação impacta o mercado espanhol?
Segundo análise do especialista Luiz Eduardo Conte, o impacto atinge diretamente um dos segmentos mais emblemáticos da suinocultura europeia:
“Essa situação da Espanha afeta diretamente o mercado do famoso Pata Negra, que é produzido principalmente lá. A Espanha é o maior produtor mundial e isso tem envolvimento direto sobre a Europa, sobre a exportação de carne espanhola. A Espanha tem produtos diferenciados, inseridos no contexto da União Europeia, e esse cenário representa um grande problema — assim como ocorreu tempo atrás na Alemanha.”
A observação reforça que o impacto não é apenas sanitário, mas comercial e reputacional, atingindo produtos premium que dependem de mercados externos estáveis.
Como a indústria mexicana reagiu à decisão?
Entidades representativas do setor — incluindo produtores, indústrias de processamento e especialistas em sanidade animal — expressaram apoio público à autoridade sanitária mexicana. Para elas, a suspensão:
demonstra responsabilidade e vigilância ativa do serviço oficial;
protege a cadeia produtiva nacional;
evita impactos econômicos e zoossanitários difíceis de controlar;
reforça a confiança internacional no sistema de defesa sanitária do México.
O setor destacou que decisões rápidas e preventivas são fundamentais para manter a competitividade e a estabilidade da produção suína.
Qual é o papel da biosseguridade nas decisões comerciais?
Esse caso evidencia como a biosseguridade influencia acordos, comércio internacional e segurança alimentar. Quando há notificação de doenças com potencial de disseminação rápida, medidas preventivas como suspensões, quarentenas e bloqueios temporários:
reduzem o risco de entrada do agente patogênico;
preservam a sanidade nacional;
protegem empregos e economias regionais;
garantem previsibilidade às indústrias de alimentos.
A SENASICA reforçou que a medida segue padrões internacionais adotados por organizações como a OMSA, que orienta que países mantenham vigilância constante e tomem ações imediatas diante de riscos sanitários emergentes.
O que acontece agora?
A suspensão permanecerá vigente até que:
haja atualização dos dados epidemiológicos da Espanha;
a investigação da origem e extensão do surto seja concluída;
existam garantias suficientes de mitigação do risco sanitário.
Paralelamente, a SENASICA segue fortalecendo inspeções em fronteiras, revisando protocolos de importação e mantendo diálogo com o setor produtivo para atualizações contínuas.
O Senasica informou que a suspensão será mantida até receber informações zoossanitárias completas sobre o atendimento ao surto e as medidas de contenção implementadas pela Espanha, em conformidade com os padrões da Organização Mundial de Sanidade Animal (OMSA).
Como essa decisão pode orientar outros países da América Latina?
O episódio reforça que:
medidas de biosseguridade proativas são mais eficazes do que respostas tardias;
proteger fronteiras sanitárias é tão importante quanto proteger granjas;
a transparência entre governo e indústria fortalece a credibilidade do país;
decisões regulatórias rápidas ajudam a manter mercados internos e externos estáveis.
Para o Brasil — que busca ampliar exportações e preservar seu status sanitário — casos como o do México servem de referência sobre a importância da vigilância internacional e da resposta rápida a notificações de risco.
FAQ
O que motivou a suspensão das importações da Espanha?
A confirmação de focos da peste suína africana (PPA) em regiões espanholas.
Quem decidiu pela suspensão?
A autoridade sanitária do México, a SENASICA.
A indústria mexicana apoiou a medida?
Sim. Setores produtivos reconheceram a importância da ação preventiva para proteger o rebanho.
A medida é permanente?
Não. A suspensão é temporária e depende da evolução epidemiológica na Espanha.
Qual a relação com biosseguridade?
É um exemplo claro de como medidas preventivas, baseadas em risco sanitário, evitam a entrada de doenças e protegem a cadeia produtiva.




