Nova portaria proíbe eventos e criação de aves ao ar livre

Medida reforça a importância da prevenção e do controle de acesso em granjas para evitar a entrada da gripe aviária no país

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) publicou nova Portaria nº 782 de 26 de março que suspende por 180 dias a realização de eventos com aglomeração de aves em todo o território nacional, além de proibir a criação de aves ao ar livre em estabelecimentos registrados. A decisão, que pode ser prorrogada, busca impedir o avanço da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1), vírus que já afeta diversas regiões do mundo, mas que ainda não foi registrado em plantéis comerciais no Brasil.

A medida foi tomada com base no princípio da prevenção sanitária e reforça a atenção para práticas que representam riscos invisíveis, mas significativos, dentro da cadeia produtiva.

Comportamentos de risco: eventos e circulação de pessoas sem controle

Participar de feiras, exposições, torneios de galinhas e outras aves ornamentais pode parecer inofensivo, mas representa uma porta de entrada silenciosa para patógenos. A movimentação intensa de aves de diferentes origens, o compartilhamento de equipamentos e a circulação de visitantes sem controle sanitário criam um ambiente propício para a disseminação da gripe aviária.

Produtores que frequentam aglomerações e depois retornam às granjas sem adotar medidas de higiene, como troca de roupas e desinfecção de calçados, colocam todo o plantel em risco. A simples presença de uma pessoa contaminada pode ser suficiente para introduzir o vírus.

Por isso, a biosseguridade deve começar fora da porteira — e eventos, visitas e interações externas devem seguir protocolos rigorosos ou, preferencialmente, ser evitados durante períodos críticos.

Biosseguridade: pilar para manter o Brasil livre de influenza aviária

O Brasil se destaca no cenário internacional por ser um dos poucos países que ainda não registraram a gripe aviária em plantéis comerciais. Esse status sanitário é essencial para a manutenção das exportações e da confiança de mercados como Japão, China e União Europeia, principais compradores da carne de frango brasileira.

No entanto, essa conquista depende de vigilância contínua e adesão irrestrita a práticas de biosseguridade, como:

  • Controle rigoroso de acesso a granjas;
  • Uso obrigatório de EPIs (botas, roupas exclusivas e luvas);
  • Instalação de barreiras sanitárias e pedilúvios;
  • Restrição à entrada de veículos e visitas técnicas sem agendamento;
  • Proibição de criação solta ou em piquetes sem cobertura superior (medida também prevista na nova portaria).

Eventos só com autorização e plano sanitário

Segundo o MAPA, apenas eventos autorizados pelo Serviço Veterinário Estadual, que apresentem um plano de biosseguridade formal e compatível com o risco local, poderão ser realizados. As entidades organizadoras devem detalhar medidas de prevenção e controle que mitiguem a introdução da doença.

Departamento de Saúde Animal irá divulgar um conjunto de requisitos mínimos para exposições e torneios. Até lá, a regra é suspensão total como forma de contenção preventiva.

Biosseguridade é garantia de produção e proteção de mercado

Em um contexto de alta competitividade e vigilância internacional, biosseguridade não é custo — é proteção de renda. Qualquer brecha no sistema sanitário pode comprometer milhões em exportações, levar ao abate sanitário de rebanhos inteiros e à desvalorização da produção nacional.

A gripe aviária, por sua letalidade e facilidade de transmissão, exige ações firmes. E mais do que isso: exige mudança de comportamento de todos os envolvidos na cadeia, desde o pequeno criador até técnicos, empresas de nutrição, extensionistas e visitantes de granjas.

A prevenção é uma responsabilidade compartilhada — e começa em cada atitude individual. Evitar visitas desnecessárias, desinfetar calçados, trocar roupas após eventos, controlar a entrada de pessoas: essas medidas simples salvam produções inteiras.

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

BIOSSEGURIDADE.COM: Uma plataforma dedicada à biosseguridade para todas as espécies animais e vegetais, idealizada pelos veterinários Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte que juntos possuem mais de 60 anos de experiência no setor. Ambos compartilham o objetivo de conscientizar sobre a biosseguridade e contribuir para ambientes mais seguros na produção animal e vegetal, baseando-se na experiência prática acumulada e em estratégias empresariais e de comunicação eficazes para o crescimento da Biosseguridade.com.

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