As regiões norte e noroeste do Paraná enfrentam sérios desafios na safra de soja devido à falta de chuvas e temperaturas elevadas, resultando em perdas substanciais para os produtores. Em muitas áreas, as perdas atingem até 50% da produção, gerando grande apreensão entre os agricultores.
Donato Beltramin, produtor em Francisco Alves, noroeste do Paraná, relata que a falta de chuvas por mais de 30 dias, juntamente com temperaturas extremamente altas, levou a perdas estimadas entre 40% e 50% em sua plantação de soja de 400 hectares. Ele destaca que a situação climática, caracterizada por altas temperaturas em dezembro e janeiro, resultou em aborto de vagens e grãos, prejudicando a produtividade.
Em outra localidade, São Jorge do Ivaí, o produtor Edson Zangeroli enfrenta uma realidade semelhante, com estimativas de perdas entre 30% e 32% em uma plantação de 700 hectares. O clima desfavorável, com altas temperaturas e estiagem, impactou negativamente o desenvolvimento da soja, afetando não apenas a produtividade, mas também a qualidade dos grãos.
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, reporta que as chuvas recentes chegaram tarde para muitas plantações, consolidando perdas significativas em diversas áreas. A previsão inicial de safra, que era de 25,5 milhões de toneladas, foi revisada para 22,1 milhões de toneladas, representando uma redução de 15%.
As dificuldades enfrentadas pelos produtores são agravadas pelo preço em queda da soja, que está pouco acima de R$ 100 a saca na região. Além disso, a redução na cobertura do seguro rural e os custos com insumos adicionam pressão aos agricultores. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento estima perdas na economia do estado em torno de R$ 5 bilhões devido às condições climáticas adversas.
A situação atual exige apoio das lideranças do setor e dos governantes para mitigar os impactos nas comunidades agrícolas, conforme destacado pelos produtores. A Climatempo prevê chuvas dentro da média para fevereiro, trazendo alguma esperança para a recuperação das lavouras plantadas mais tarde. O cenário, no entanto, permanece desafiador para os agricultores paranaenses.