Suinocultura brasileira inova em sustentabilidade

A carne suína tem se tornado cada vez mais popular entre os brasileiros, devido ao seu custo mais acessível em comparação com outras proteínas, como a carne bovina. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita anual de carne suína no Brasil é de 18,3 kg, demonstrando uma clara preferência dos consumidores.

Em 2023, a produção nacional de carne suína atingiu um recorde de 5,16 milhões de toneladas, representando 4% da produção mundial. O Brasil é o quarto maior produtor global, atrás da China, União Europeia e Estados Unidos. Do total produzido, 75% é destinado ao mercado interno, enquanto o restante é exportado, gerando uma receita de US$ 2,8 bilhões. A região Sul do Brasil é responsável por 91,7% das exportações, com Santa Catarina liderando com 54,6%, seguida pelo Rio Grande do Sul com 23,1% e Paraná com 14%. A atividade gera um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 34,5 bilhões.

Toledo, município localizado na região Oeste do Paraná, é reconhecido como a capital da suinocultura no Brasil. Com um plantel de 1.209.338 leitões, Toledo se destaca nacionalmente. O secretário do Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Diego Bonaldo, destacou que a suinocultura é a principal atividade econômica do município desde a década de 1960.

A implantação de um frigorífico local transformou Toledo na maior planta industrial de abate de suínos do Brasil, contribuindo significativamente para o desenvolvimento regional e ajudando a combater a evasão rural. A administração pública tem investido na infraestrutura local, incluindo a pavimentação de 400 km de estradas rurais, melhorando o escoamento da produção e a segurança no transporte de alunos. A suinocultura é também a maior geradora de ICMS em Toledo, beneficiando seus cerca de 150 mil habitantes.

Um dos principais desafios enfrentados pela suinocultura em Toledo é o aproveitamento dos dejetos suínos para a geração de energia limpa. Apesar da destinação correta dos dejetos, transformar esse material em um produto rentável ainda é um obstáculo. A cidade busca desenvolver tecnologias para criar um mercado atrativo e gerar mais renda no campo. Em 2023, o VBP de Toledo totalizou R$ 4,592 bilhões, com a suinocultura respondendo por 39,2% desse valor, ou seja, R$ 1,8 bilhão.

No Paraná, o modelo de produção mais comum é o integrado, adotado por mais da metade dos suinocultores. Esse modelo estabelece um vínculo entre o produtor e a entidade que o integra, garantindo um fluxo de produção e venda mais estável. Em seguida vêm os produtores ligados a cooperativas e, por fim, os independentes, que têm maior flexibilidade, mas enfrentam mais flutuações de mercado.

Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), 51% dos produtores utilizam o modelo integrado, 26% estão em cooperativas e 23% são independentes. Toledo lidera tanto no sistema integrado com 405 produtores quanto no sistema cooperado com 175 estabelecimentos, destacando-se em ambos os modelos.

A transformação de dejetos em energia limpa na suinocultura brasileira representa uma inovação crucial para a sustentabilidade e eficiência do setor. Com investimentos em tecnologia e infraestrutura, Toledo e outras regiões produtoras estão pavimentando o caminho para um futuro mais sustentável e economicamente viável na produção de carne suína.

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

BIOSSEGURIDADE.COM: Uma plataforma dedicada à biosseguridade para todas as espécies animais e vegetais, idealizada pelos veterinários Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte que juntos possuem mais de 60 anos de experiência no setor. Ambos compartilham o objetivo de conscientizar sobre a biosseguridade e contribuir para ambientes mais seguros na produção animal e vegetal, baseando-se na experiência prática acumulada e em estratégias empresariais e de comunicação eficazes para o crescimento da Biosseguridade.com.

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