O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), assegurou nesta quinta-feira (18) que a população pode continuar consumindo frango com tranquilidade, mesmo após a detecção de um caso da doença de Newcastle em um aviário em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A declaração foi feita após a confirmação de que sete mil aves serão sacrificadas devido ao surto.
“Podem continuar tranquilos, consumindo carne de frango, inclusive da própria região, dessa própria criação na região”, afirmou Fávaro durante atendimento à imprensa em Porto Alegre. Ele destacou que há segurança no consumo de carne de frango e ovos, mesmo com a presença da doença.
A doença de Newcastle é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causada pelo vírus do grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1). Os sintomas incluem sinais respiratórios, manifestações nervosas, diarreia e edema na cabeça dos frangos. Uma ficha técnica do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de 2022 indica que a doença pode causar conjuntivite transitória em humanos após contato direto com aves infectadas.
Para conter o surto, uma investigação epidemiológica será realizada em um raio de 10 km ao redor do foco, abrangendo granjas em municípios como Putinga e Ilópolis, que compõem a maior região produtora de aves do RS. Embora a granja afetada tenha sido destelhada por temporais em maio, resultando na morte de metade dos 14 mil animais, não há indícios de uma epidemia.
Fávaro enfatizou que todas as medidas de isolamento e controle estão sendo seguidas rigorosamente. “Todo o processo de isolamento está sendo feito, mas não há, até o momento, nenhum vestígio de animais doentes na própria granja, e muito menos na região, que também já está isolada”, disse o ministro.
Preocupação com o Mercado Internacional
A doença de Newcastle exige medidas rigorosas para evitar a disseminação do vírus, incluindo a eliminação das aves afetadas e a desinfecção das instalações. O ministro Fávaro destacou que o Ministério da Agricultura está em comunicação com os mercados compradores para informar sobre as ações tomadas pelo Brasil.
“Hoje o Brasil representa quase 40% da carne de frango consumida no mundo, e cada país tem um protocolo. Nós estamos, e foi uma determinação que fiz ao secretário Perosa [Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa], que comunique os principais compradores brasileiros com cada um, com seus protocolos, de todas as ações, de tudo que está sendo tomado, para minimizar esses impactos”, explicou Fávaro.
Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) afirmaram que as autoridades agiram rapidamente para isolar a granja afetada, garantindo que não houvesse saída de aves. As entidades destacaram que os protocolos oficiais foram acionados e que a área ao redor continua monitorada.
