Um estudo realizado pela Universidade Keele, publicado na revista Virology, trouxe à tona a urgência de novas estratégias para combater a Doença Infecciosa da Bursa (IBDv), conhecida como Doença de Gumboro. Com efeitos severos no sistema imunológico das aves, o vírus tem desafiado os métodos de controle em granjas britânicas e avançado por continentes como Europa, Ásia e África.
A análise, feita a partir de amostras coletadas entre 2020 e 2021 em 16 granjas, identificou o genogrupo A3B1, caracterizado por sua alta adaptabilidade genética. Em 81% das propriedades estudadas, foram detectadas coinfecções entre cepas de vacinas e as variantes virais, evidenciando o potencial de evolução do vírus. Segundo o Dr. Vishi Reddy, líder da pesquisa, o uso de tecnologias como o sequenciamento genômico completo será essencial para monitorar essas adaptações e melhorar as estratégias de controle, especialmente as vacinas.
O impacto da Doença de Gumboro vai além da saúde animal. Ao comprometer a imunidade das aves, o vírus reduz a eficácia das vacinas e aumenta a vulnerabilidade a outras infecções, gerando riscos para a sustentabilidade da indústria avícola. A carne de aves representa atualmente 40% da produção global de carnes, e o consumo deve crescer consideravelmente até 2050. No Reino Unido, o setor avícola movimenta bilhões de libras anualmente, tornando o controle do IBDv crucial para a segurança alimentar global e o bem-estar animal.
Os pesquisadores destacam que, para enfrentar esses desafios, é necessário investir em uma abordagem integrada que considere a vigilância das mutações, a revisão das vacinas disponíveis e o aprofundamento nos estudos imunológicos sobre o vírus.