Apesar de queda na receita, exportações de carne suína batem recorde no primeiro semestre de 2024

As exportações brasileiras de carne suína alcançaram um recorde histórico no primeiro semestre de 2024, com 613,7 mil toneladas embarcadas entre janeiro e junho. Este número representa um aumento de 4,1% em relação ao mesmo período de 2023, que registrou 589,8 mil toneladas, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). No entanto, a receita total das exportações caiu 8%, somando US$ 1,300 bilhão em comparação aos US$ 1,413 bilhão do ano anterior.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, atribuiu essa redução na receita a uma mudança no mercado. “Antes, a China era responsável por mais de 50% de nossas exportações, mas esses retraíram e foram substituídos pelas vendas para outros mercados relevantes, como as Filipinas e o Japão”, explicou Santin. Ele destacou que, apesar da mudança nos valores, a tendência é de alta nos volumes exportados ao longo do ano.

Em junho, as exportações de carne suína totalizaram 107,1 mil toneladas, 1,4% abaixo do volume registrado no mesmo mês de 2023. A receita gerada no período foi de US$ 235,3 milhões, 11% menor do que os US$ 264,3 milhões do ano anterior.

Santa Catarina Lidera Exportações

Santa Catarina continua a ser o principal exportador de carne suína do Brasil, com 337 mil toneladas exportadas no primeiro semestre, um aumento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Outros estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também contribuíram significativamente para as exportações, apesar de variações nos volumes exportados.

China e Outros Destinos

No levantamento por país, a China importou 127,9 mil toneladas no primeiro semestre de 2024, uma queda de 40,3% em relação ao ano anterior. As Filipinas e o Japão, no entanto, mostraram aumentos substanciais nas importações, com 65,3% e 107,3%, respectivamente.

O diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, destacou o crescimento das exportações para a América do Norte e América do Sul, especialmente para o Chile e Peru. “São indicadores da nova estratégia brasileira, que tem investido cada vez mais na ampliação da capilaridade das exportações de carne suína”, afirmou Rua.

Cenário em Minas Gerais

Weber Vaz de Melo, diretor comercial e industrial da Suinco, maior cooperativa frigorífica de carne suína de Minas Gerais, afirmou que os produtores mineiros têm investido no aumento do número de matrizes. Ele ressaltou que Minas Gerais, recentemente classificado como livre de vacinação contra febre aftosa, tem elevado seus volumes exportados. “Minas tem potencial para se tornar o maior estado produtor de suínos do país”, comentou Vaz de Melo.

Com a contínua expansão da produção e a adaptação às novas demandas globais, o Brasil solidifica sua posição como um dos principais exportadores de carne suína do mundo.

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

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