O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (24) a redução dos juros para pescadores afetados pela mortandade de peixes no Rio Piracicaba, causada por descartes irregulares de resíduos. A medida visa apoiar as famílias que dependem do rio como principal fonte de renda.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo informou que a taxa de juros anual da linha de crédito do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) foi reduzida de 5% para 3%. Para acessar essa taxa especial, os pescadores devem procurar a Casa da Agricultura do seu município. Segundo levantamento inicial da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), mais de 30 famílias dependem do rio para o seu sustento.
Histórico:
O odor alterado do Rio Piracicaba e a mortandade dos peixes foram notados no dia 7 de julho. No dia seguinte, a Cetesb identificou a Usina São José, instalada no município de Rio das Pedras (SP), como a fonte poluidora que causou a morte de pelo menos três toneladas de peixes no rio.
Na última sexta-feira (19), a Cetesb concluiu as análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba e decidiu aplicar uma multa de R$ 18 milhões à Usina São José. O derramamento de resíduos de cana-de-açúcar com alta carga orgânica reduziu o nível de oxigenação da água a zero, inviabilizando a vida aquática. A substância foi arrastada desde o Ribeirão Tijuco Preto até o Rio Piracicaba, atingindo a Área de Proteção Ambiental Tanquã.
Segundo a Cetesb, o incidente resultou na morte de 235 mil espécimes de peixes em estimativas conservadoras, tanto na região urbana de Piracicaba, no dia 7 de julho, quanto na Área de Proteção Ambiental Tanquã, no dia 15 de julho. Após a aplicação da multa, a Usina São José divulgou uma nota dizendo que estava avaliando a decisão e seus desdobramentos, negando até o momento qualquer evidência de nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes registrada.
De acordo com o governo paulista, uma terceira mortandade de peixes foi registrada no rio na última segunda-feira (22). Segundo o Ministério Público (MP-SP) e a Cetesb, que investigam o caso, esta ocorrência não tem relação com a morte registrada no Tanquã. Desta vez, os peixes mortos foram encontrados no trecho próximo da Rampa dos Pescadores na Avenida Beira Rio, em Piracicaba.
