O Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura (Sernapesca) publicou o Relatório sobre a Utilização de Antimicrobianos na Cultivo Nacional de Salmão, que abrange o período de janeiro a junho de 2023. O relatório oferece uma visão detalhada do consumo de antimicrobianos na indústria do salmão, que destaca que durante o primeiro semestre de 2023 foram utilizadas 177,32 toneladas de princípio ativo, o que representa uma redução de 25,7% em relação ao mesmo período de 2022.
Do total de antimicrobianos utilizados no período, 1,9% são utilizados na fase de água doce, enquanto 98,1% destes são utilizados na fase de engorda marinha. Nesta última fase, a maior parte foi utilizada na região de Aysén (67,38%), em menor proporção na região de Los Lagos (35,52%) e em percentagem muito pequena na região de Magalhães (0,09%).
Em relação às doenças tratadas com antimicrobianos, a piscirickettsiose é o que explica 93,79% do uso e, em menor proporção, a renibacteriose (4,14%), a tenacibaculose (1,94%) e outras causas (0,12%) explicam o restante percentual.
Na análise por espécie, 91,8% dos antimicrobianos são utilizados no salmão do Atlântico (S.salar), 34,45% no salmão prateado (O. kisutch) e 12,32% na truta arco-íris (O. .mykiss).
Neste relatório, que traz os resultados do Índice de Consumo de Antimicrobianos (AICA) em ciclo fechado por empresas, espécies e região no primeiro semestre de 2023, destaca-se a redução do uso de antimicrobianos, tanto para a fase de água doce (- 26,5%), bem como para a fase água do mar (-25,7%) no período, bem como a não utilização de antimicrobianos de importância crítica para a saúde humana no período. Destaca-se ainda a redução generalizada do indicador, que passou de 389,7 grs/ton em 2022 para 188,14 grs/ton em 2023.
Por fim, o relatório revela os resultados do programa PROA-Salmón, uma certificação promovida pela SERNAPESCA para os produtores que estão na vanguarda do uso ideal e responsável de antimicrobianos, com estratégias que abordam de forma abrangente a prevenção, vigilância e terapias oportunas. Destaca-se o aumento das toneladas certificadas PROA-Salmão, correspondentes a 361.763 toneladas, com mais de 125 centros certificados pertencentes a 11 empresas agrícolas.
De referir que este ano o Serviço conseguiu avanços importantes para otimizar a utilização de antimicrobianos e sensibilizar para a prevenção da resistência bacteriana (RAM) a estes produtos farmacêuticos. Um deles corresponde aos avanços alcançados na implementação do projeto liderado por Sernapesca, denominado SVAR “Sistema de vigilância, alerta e resposta (SVAR) para o uso de antimicrobianos na criação de salmão chileno”, co-financiado pelo Centro Internacional de Antimicrobianos Resistance Solutions.(ICARS) da Dinamarca no valor de US$ 500 mil, que considera a participação da academia, dos produtores e do Estado, com prorrogação de 3 anos, cujo objetivo é gerar um sistema de gestão dos fatores de risco do utilização de antimicrobianos na fase de engorda do mar, gerando alertas oportunos que permitem otimizar a utilização de antimicrobianos. Por outro lado, durante o mês de setembro, foi realizada a primeira reunião da mesa de Antimicrobianos nos escritórios da Sernapesca em Valparaíso, que reuniu todas as empresas através de sua direção técnica, sindicatos, MEVEA, Subsecretário de Pesca e Aquicultura., onde o extra – foram abordados o procedimento de utilização do rótulo e a atualização do programa PROA-SALMON. Esta mesa deverá reunir-se novamente no primeiro trimestre de 2024.
Fonte: https://revista.mundoacuicola.cl/e/158/12