Se você é produtor rural, sabe que manter a sanidade do rebanho é fundamental para evitar prejuízos. Mas será que a biosseguridade está realmente sendo aplicada corretamente na sua propriedade?
O veterinário tem um papel essencial nesse processo, garantindo que medidas sanitárias sejam seguidas para reduzir os riscos de surtos de doenças. No Brasil, um dos maiores exportadores de proteína animal do mundo, a biosseguridade não é apenas uma recomendação — é uma exigência. Com a intensificação da produção e a alta densidade de animais em algumas regiões, o controle sanitário se tornou indispensável para proteger tanto a saúde do rebanho quanto a rentabilidade do negócio.
Conforme já mencionamos neste artigo, a biosseguridade não é apenas um protocolo, mas um investimento estratégico.
O veterinário como peça-chave na biosseguridade na sua propriedade
Você pode estar se perguntando: mas qual é o papel do veterinário nesse processo? A resposta é simples: ele é o responsável por implementar, supervisionar e otimizar as medidas que reduzem o risco de contaminação na sua propriedade.
Entre as principais atribuições do veterinário, destacam-se:
- Traduzir o conhecimento técnico para a prática no campo – Muitos protocolos de biosseguridade parecem complexos no papel, mas o veterinário ajuda a adaptá-los à realidade da sua fazenda.
- Monitorar a sanidade dos animais – O diagnóstico precoce de doenças evita perdas e garante a qualidade dos produtos.
- Capacitar a equipe – Sem treinamento adequado, os funcionários podem não seguir as diretrizes de biosseguridade corretamente.
- Orientar sobre o uso correto de EPIs – Afinal, de nada adianta ter equipamentos de proteção se ninguém os usa da maneira certa.
- Gerenciar o controle de acesso – Saber quem entra e sai da propriedade é essencial para evitar contaminação externa.
Se você ainda não tem um veterinário atuando diretamente na biosseguridade da sua propriedade, pode estar correndo riscos desnecessários.
Os desafios da biosseguridade em propriedades que ninguém te conta
Agora que já falamos sobre a importância da biosseguridade, vamos abordar um ponto essencial: os desafios para implementá-la no dia a dia da produção.
1. Do papel para a prática: a lacuna do conhecimento técnico
A biosseguridade está bem documentada em manuais e normativas, mas a grande questão é: como aplicá-la de forma eficiente no campo? Essa distância entre teoria e prática ainda é um grande obstáculo para muitos produtores.
2. Falta de informação clara sobre produtos e equipamentos
Quantas vezes você já ficou em dúvida sobre qual desinfetante usar ou qual a melhor forma de aplicar um determinado produto? O uso inadequado de materiais pode comprometer toda a biosseguridade da fazenda.
3. Diferenças entre setores da produção
Na avicultura, a biosseguridade já é uma prática consolidada. Mas e na suinocultura, bovinocultura ou aquicultura? Nem todos os setores possuem a mesma rigidez nos controles sanitários, o que pode gerar riscos e prejuízos.
4. O custo da biosseguridade vale a pena?
Você pode estar se perguntando: será que vale mesmo investir nisso? Muitas propriedades ainda enxergam a biosseguridade como um gasto desnecessário. No entanto, basta um surto de doença para que as perdas superem qualquer economia feita com prevenção.
Pequenas falhas podem comprometer toda a segurança sanitária da propriedade. Veja alguns pontos que merecem atenção especial:
- Uso de calçados adequados e medidas de higiene pessoal – Um simples descuido pode trazer patógenos para dentro da fazenda.
- Controle rigoroso de acesso – Monitorar quem entra e sai evita a entrada de agentes infecciosos.
- Limpeza e desinfecção eficiente – Veículos, equipamentos e instalações precisam ser higienizados com frequência.
- Qualidade da água e da ração – Muitas doenças começam por falhas na nutrição ou ingestão de água contaminada.
- Controle de pragas e vetores – Roedores, moscas e outros vetores podem espalhar doenças rapidamente.
- Cuidados no transporte de animais e insumos – A movimentação sem controle é um dos principais meios de disseminação de doenças.
- Implementação do vazio sanitário – Parar a produção em períodos estratégicos pode ser essencial para eliminar riscos.
Importante entender que cada detalhe conta e que medidas simples podem ter um grande impacto na biosseguridade da sua propriedade.
Cenário sanitário: o Brasil e a biosseguridade
O Brasil tem se consolidado como um dos países mais rigorosos no controle sanitário da produção animal. Isso se deve a uma série de fatores, como:
- Novas exigências sanitárias internacionais – Quem não se adapta pode perder espaço no mercado global.
- Experiências como a pandemia de COVID-19 – Medidas de biosseguridade passaram a ser levadas ainda mais a sério.
- Monitoramento de doenças emergentes – Febre aftosa, influenza aviária e vírus em sistemas de aquicultura exigem vigilância constante.
- Sistemas de rastreabilidade eficientes – Acompanhar a origem e movimentação de animais e insumos ajuda a prevenir surtos.
Se a sua propriedade ainda não está alinhada com essas práticas, pode ser hora de reavaliar sua estratégia sanitária.
Tecnologia e inovação: a biosseguridade do futuro
Você já imaginou utilizar sensores, automação e inteligência artificial para monitorar a biosseguridade da sua fazenda? Pois saiba que isso já é realidade!
A tecnologia está revolucionando a forma como lidamos com sanidade animal. Algumas inovações incluem:
- Análises microbiológicas para controle sanitário
- Uso de contêineres para produção intensiva de camarão
- Monitoramento digital da movimentação de pessoas e veículos
- Capacitação de profissionais com suporte tecnológico
A pergunta que fica é: sua propriedade está preparada para essa nova era da biosseguridade?
Se você chegou até aqui, provavelmente já entendeu que a biosseguridade vai muito além de uma simples norma sanitária. Ela é um investimento estratégico para manter sua produção segura e rentável.
Agora, pense: o seu veterinário está realmente capacitado para implementar essas práticas? Se a resposta for “não sei”, pode ser hora de buscar profissionais especializados.
Não deixe para agir apenas quando um problema surgir. Fortaleça sua biosseguridade agora e proteja seu negócio!