Brasil lidera debates globais sobre bioinsumos em evento na Índia

Em missão oficial à Índia, entre os dias 19 e 27 de abril, o Brasil reafirmou seu protagonismo na agricultura sustentável ao liderar discussões sobre bioinsumos e firmar parcerias estratégicas com o país asiático. Liderada pelo Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Goulart, acompanhado da Diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia Soares, participou do 6º BioAgTech World Congress (BAW 2025) e de reuniões bilaterais com autoridades sanitárias indianas em Nova Delhi.

A nova legislação visa modernizar as regras para o uso de produtos de base biológica no campo, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e alinhadas com as demandas globais por segurança dos alimentos e preservação ambiental. A cooperação com a Índia tam inclui a abertura de mercado para produtos cítricos brasileiros, fortalecendo os laços comerciais entre os dois países e ampliando as oportunidades para o agronegócio nacional.

O Brasil reforçou sua posição de liderança internacional no uso de bioinsumos e intensificou sua cooperação com a Índia durante evento realizado em Nova Délhi. O encontro reuniu especialistas de mais de 50 países para debater práticas sustentáveis e alternativas aos insumos químicos tradicionais na agricultura.

A delegação brasileira apresentou os avanços legislativos, técnicos e regulatórios que colocam o país entre os mais inovadores na produção agrícola sustentável. Um dos destaques foi a nova Lei dos Bioinsumos, que estabelece um marco regulatório para produtos de base biológica utilizados na produção agropecuária.

Além de debater questões técnicas, o encontro permitiu o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Índia, com tratativas voltadas à abertura de mercado para produtos agrícolas e à troca de tecnologias sustentáveis.

O papel dos bioinsumos na agricultura brasileira

Bioinsumos são produtos originados de microrganismos, extratos vegetais ou outros elementos biológicos utilizados no cultivo de plantas e na criação de animais. Seu uso tem crescido de forma consistente, impulsionado por políticas públicas e pela demanda por uma produção mais limpa e segura.

Esses insumos são aplicados no controle biológico de pragas e doenças, na melhoria da fertilidade do solo, na indução de resistência vegetal, na nutrição de culturas e até no tratamento de resíduos pós-colheita.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a expansão dos bioinsumos contribui para:

  • a redução da dependência de defensivos químicos;

  • a diminuição do impacto ambiental da produção;

  • a valorização de práticas regenerativas no campo;

  • o fortalecimento da imagem do Brasil como produtor responsável.

O Programa Nacional de Bioinsumos, vinculado ao MAPA, busca estruturar uma cadeia produtiva nacional para esses produtos, com apoio à pesquisa, à produção on farm (feita nas próprias propriedades rurais) e à ampliação do uso em pequenas e grandes propriedades.

Integração entre bioinsumos e biosseguridade

Quando falamos em bioinsumos, a primeira imagem que pode vir à mente é a de soluções naturais para combater pragas ou melhorar o solo. Mas o que isso tem a ver com biosseguridade? Tudo.

Bioinsumos e biosseguridade atuam em campos complementares da produção agropecuária, mas compartilham o mesmo objetivo: garantir uma agricultura segura, saudável e sustentável. Os bioinsumos oferecem alternativas ecológicas ao uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos, reduzindo os resíduos tóxicos na produção. Já a biosseguridade está presente em todos os processos — da escolha do insumo à manipulação dos alimentos, do transporte à chegada ao consumidor.

Pense em uma propriedade rural que adota controle biológico de pragas. Se ela não tiver protocolos rígidos de biosseguridade — como controle de acesso, higienização de equipamentos e monitoramento sanitário — ela poderá perder a lavoura ou o rebanho por uma contaminação evitável. Ou seja, mesmo a tecnologia mais limpa e inovadora pode falhar se não estiver respaldada por um sistema seguro.

Por isso, a integração dessas duas frentes é mais do que desejável — é necessária. Trata-se de um modelo de produção que une inovação biológica com prevenção sanitária. Essa abordagem integrada:

  • diminui a dependência de insumos químicos;

  • reduz riscos de surtos e contaminações;

  • valoriza a rastreabilidade dos produtos;

  • atende às exigências dos mercados internacionais por alimentos seguros e sustentáveis.

Mais do que isso: ela reforça a imagem do Brasil como um país que não apenas produz em larga escala, mas que também respeita normas internacionais de qualidade e sanidade.

Em resumo: sem biosseguridade, não há confiança. E sem confiança, não há mercado. O futuro da agricultura brasileira depende dessa interdependência estratégica entre o biológico e o sanitário — entre o que entra no campo e o que sai dele.

Bioinsumos – desafios e perspectivas para o futuro

Apesar dos avanços significativos, a ampliação do uso de bioinsumos e a implementação de práticas de biosseguridade ainda enfrentam desafios, como a necessidade de capacitação técnica dos produtores, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e a harmonização de regulamentações.

Para superar esses obstáculos, é fundamental o fortalecimento das políticas públicas, o incentivo à inovação e a promoção de parcerias entre o setor público e privado. A colaboração internacional, como a estabelecida com a Índia, também desempenha papel crucial na troca de conhecimentos e na expansão de mercados para os produtos agropecuários brasileiros.

Com uma abordagem integrada e colaborativa, o Brasil está bem posicionado para liderar a transição para uma agricultura mais sustentável, resiliente e segura, consolidando-se como referência global em bioinsumos e biosseguridade.

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

BIOSSEGURIDADE.COM: Uma plataforma dedicada à biosseguridade para todas as espécies animais e vegetais, idealizada pelos veterinários Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte que juntos possuem mais de 60 anos de experiência no setor. Ambos compartilham o objetivo de conscientizar sobre a biosseguridade e contribuir para ambientes mais seguros na produção animal e vegetal, baseando-se na experiência prática acumulada e em estratégias empresariais e de comunicação eficazes para o crescimento da Biosseguridade.com.

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