Médico veterinário e diretor da Brazilian Fish, Ramon Amaral trava o desafio de equiparar o preço da tilápia ao do frango, um fenômeno de consumo no Brasil. Com a tilápia representando 63,9% da produção nacional de peixes de cultivo, Amaral busca inovação e verticalização na cadeia, indo do rio ao prato do consumidor.
A empresa, localizada em Santa Fé do Sul (SP), pertence ao Grupo Ambar Amaral e processa 11 mil toneladas de tilápia por ano, prevendo um crescimento de 30% em 2023 e investimentos de R$ 35 milhões para expansão em 2024. Esses investimentos incluem um novo centro de reprodução, biofertilizantes, laboratório de melhoramento genético e produção de vacinas para os peixes.
A Brazilian Fish aposta na inovação, com 17 produtos feitos de tilápia, incluindo coxinhas que ganharam destaque ao conquistar o primeiro lugar no prêmio Seafood Innovation Show. A estratégia inclui a diversificação de produtos, com iscas, carne moída, bolinho, quibe, trouxinha, pururuca, e pratos elaborados com quatro queijos e à parmegiana.
O objetivo é reduzir a conversão alimentar, tornando o processo mais eficiente, e Amaral busca reduzir em 15% a conversão atual de 1.5 quilo de ração para engordar um quilo de peixe. Essa otimização, aliada à inovação, é fundamental para conquistar espaço no mercado, e a Brazilian Fish visa a exportação, que hoje representa apenas 5% da produção, com perspectivas de ampliação para os EUA e outros mercados.
A trajetória da Brazilian Fish destaca não apenas a busca por equidade de preços entre tilápia e frango, mas também a inovação e o compromisso com a qualidade na produção de peixes, sinalizando mudanças significativas no cenário da piscicultura brasileira.