Em 2023, o Brasil se consolidou como o maior produtor de ração animal da América Latina e o terceiro maior do mundo, superado apenas pelos Estados Unidos e China. Esse avanço foi impulsionado pelo aumento na produção e exportação dos setores de aves e suínos, conforme aponta o levantamento “Alltech Agri-Food Outlook 2024”.

O relatório revela que o Brasil encerrou 2023 com um crescimento de 1,84% em relação ao ano anterior, produzindo aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de ração animal. Globalmente, a produção de ração ficou estável, atingindo 1,29 bilhão de toneladas métricas, uma leve queda de 140 mil toneladas.

Paulo Rigolin, vice-presidente da Alltech para a América Latina, destacou o desempenho brasileiro: “Com a influenza aviária controlada, o Brasil aproveitou oportunidades no mercado externo, resultando em um aumento nas exportações. Esse crescimento coloca o Brasil atrás apenas da China e dos Estados Unidos na produção de ração”.

Setores Impulsionadores

A pesquisa indica que o incremento na produção brasileira de ração foi liderado pelo setor de animais de estimação, seguido pela nutrição de frangos de corte, aquicultura, suínos, aves de postura e equinos. O estudo abrangeu dados de 142 países e mais de 27 mil fábricas de ração.

Desempenho do Paraná

Os desafios globais no setor de proteína animal, especialmente devido à influenza aviária, contribuíram para a expansão da produção de frangos de corte no Brasil. O Paraná, principal produtor nacional, registrou o abate de 2,155 bilhões de frangos em 2023, marcando um crescimento de 5,4% e alcançando o melhor resultado da história.

Fábio Mezzadri, técnico do Sistema FAEP Senar, comentou: “A gripe aviária não interferiu. Novos mercados foram abertos no Paraná, e houve um aumento na exportação de aves e no consumo interno, resultando em maior produção de ração”.

Além disso, o Paraná registrou um crescimento de 5,7% na produção de suínos, com 12 milhões de animais abatidos em 2023, ocupando a segunda posição no ranking nacional. A Federação da Agricultura do Estado também destacou o crescimento de coprodutos para a fabricação de ração para pets, decorrente da expansão no abate do setor de proteína animal.

Nicole Wilsek, técnica do Sistema FAEP Senar, explicou: “O aumento no abate de suínos e aves eleva a oferta de subprodutos para a alimentação de pets. Esses subprodutos, que seriam descartes, são essenciais para a produção de ração para pets devido ao seu alto valor nutritivo”.

Com esses avanços, o Brasil solidifica sua posição de liderança na produção de ração animal na América Latina, mantendo um papel crucial no cenário global.

Paulo Raffi e Luiz Eduardo Conte

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