Os incêndios que devastaram diversas regiões do Brasil entre junho e agosto deste ano causaram um prejuízo estimado de R$ 14,1 bilhões ao agronegócio, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). São Paulo e Mato Grosso lideram as perdas, com R$ 2,8 bilhões e R$ 2,3 bilhões, respectivamente. Outros estados fortemente atingidos incluem Pará (R$ 2 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão).
De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), entre janeiro e agosto, os incêndios destruíram 11,3 milhões de hectares em todo o país, sendo 4,4 milhões em propriedades rurais, especialmente grandes fazendas. A pecuária e a pastagem sofreram as maiores perdas, totalizando R$ 8,1 bilhões, seguidas pela produção de cana-de-açúcar (R$ 2,7 bilhões).
O mês de setembro, tradicionalmente o pico das queimadas, registrou um aumento de 30% nos focos de incêndio em relação à média histórica, com mais de 80 mil focos contabilizados. O impacto, que ainda não foi totalmente incluído nos cálculos de prejuízo, deve elevar ainda mais as perdas do setor.
A situação é agravada pelo crescimento do uso do fogo em grandes propriedades rurais, que, segundo o IPAM, aumentou 163% em relação ao mesmo período do ano anterior, possivelmente ligado a práticas de manejo e expansão agropecuária.
